Nossa política vive um dos momentos mais difíceis: a campanha eleitoral tomou rumos de polarização, ódio e total incompreensão. Os eleitores não estão raciocinando com isenção. Não vemos propostas de governo sérias, exequíveis, sem demagogia e sem atitudes populistas. Talvez, isso esteja acontecendo porque nos colégios não foi ensinado a raciocinar, muito menos a dialogar com o contraditório. Durante muitos anos só se falou em direita e esquerda, expressões do século XVIII, ultrapassadas e que não representam mais nada. Cada vez que vejo pessoas ditas intelectuais falando nisso, fico assustado. Não evoluíram nada.
Talvez, por isso, tenhamos tantos analfabetos funcionais no Brasil, pessoas que leem, mas não conseguem entender o que estão lendo. Vejo pessoas com doutorado que não conseguem interpretar um texto, muito menos atualizar as ideias ou contribuir com novas soluções. Surgiram nesse contexto também as fake news, de todos os lados, inconsequentes e irresponsáveis, que só semeiam a discórdia, e não contribuem para uma tomada de decisão racional e produtiva. Não dá para negar que a internet democratizou a informação, e tirou o poder da TV e do rádio, fazendo que muita informação que ficava nos bastidores fosse tornada pública instantaneamente. Mas o que fazer com essas informações se a maioria da população não sabe interpretar seus significados?
Me parece que há interesse político em deixar o nível de ensino baixo e desqualificado para manter as massas de manobras, tão importantes na hora das eleições. Muitas famílias e amizades estão sendo separadas pela falta de respeito do contraditório. Onde vai parar essa paranoia? Amigos bloqueando amigos, irmãos bloqueando irmãos. Será que vamos aprender algo novo com essas radicalizações? Espero que sim. Precisamos construir uma nova sociedade mais pacifista e tolerante com as diferenças. Temos que parar de estimular as lutas de classes e passar a ter parceria de classes, para que todos possam crescer. Sozinho ninguém faz nada, e como diz um ditado gaúcho "uma andorinha sozinha não faz verão". Precisamos respeitar as diferenças, homo, héteros, brancos, negros, pardos, índios, todos são seres humanos e como tal devem ser tratados. Chega de dividir a população em pequenos segmentos para poder manobrá-la mais facilmente.
Precisamos criar políticas para todos, dar condições a todos os segmentos da população se desenvolverem. A renovação nos políticos tradicionais foi muito grande, eles não entenderam o que o povo queria. Foram quatro pontos importantíssimos que foram relegados: segurança, educação, emprego e saúde. Essa ordem muda de região para região, mas é ela que define os interesses dos eleitores. Espero que todos reflitam muito antes de votar no segundo turno. Serão quatro anos que podem mudar o futuro do Brasil. Para melhor ou pior. Quem decide é você. Vote consciente.